Quem quer que tenha dito "coisas boas vêm em três" nunca tentou ganhar um Emmy melhor série de drama.
"Lei e Ordem" – que só levou o ouro pra casa (em 1997) por seus 17 anos de exibição e índices de audiência – e "CSI" – que foi indicada três vezes em seus sete anos de história – têm um bom elenco, são bem produzidas e são cheias de suspense. Nesses últimos anos, contudo, esses programas não emplacaram na categoria série de drama. Com as séries divididas em três, não há ninguém melhor para culpar do que Dick Wolf e Anthony E. Zuiker.
Lei e Ordem e CSI perdem votos cruciais para os próprios spinoffs – "Lei e Ordem: SVU", "Lei e Ordem: Crimes Premeditados", "CSI: Miami" e "CSI: NY". Isso contribuiu para que as seis séries não tivessem indicações para o Emmy desde a estréia de CSI: NY, em 2004.
"Tenho certeza que muitos ficam perplexos quanto ao porquê de essas séries não terem melhor resultado no Emmy", continua Roush. "Em algum sentido, parecem ordinárias por haver tantas delas, mesmo quando fazem um trabalho extraordinário."
Os spinoffs têm cúmplices quando se trata de manter a série original fora da votação. O desdém do formato processual em geral poderia desempenhar um papel, embora "House" – que tipicamente enrola a sua crise médica em uma hora – tenha conseguido uma indicação como drama ano passado.
Outro fator é que, atualmente, as séries processuais competem com séries como "The Sopranos" (premiada em 2004), contra a qual vencedores dos anos 70, como "Police Story" e "The Rockford Files", nunca tiveram que competir.
"Como você compararia CSI e The Shield?", Roush pergunta retoricamente.
Roush comenta que os jurados do Emmy tendem a escolher séries que causam mais "barulho... as que fazem você chorar". O crítico cita "Friday Night Lights" como um exemplo de série que captura o coração dos telespectadores (pelo menos dos que assistem). "Não sei se séries processuais realmente fazem isso."
Além disso, "quando uma série está na quinta ou sexta temporada, (os jurados do Emmy) não prestam mais tanta atenção. Talvez pensem: 'Ah, está aí há tanto tempo, tenho certeza que fazem o mesmo que sempre fizeram'", diz Eva La Rue – que entrou na quarta temporada de CSI: Miami como Natalia Boa Vista.
Um publicitário de uma rede/estúdio, observando que dvds de séries candidatas são enviadas para uns doze mil jurados do Emmy na esperança que seu programa seja considerado, diz que esse esforço pode ser considerado um jogo de azar porque os membros da Academia freqüentemente são criaturas de hábitos.
"Seria difícil brincar de favoritos, mas se você vê algo fora do que está acostumado – como o storyline do assassino das maquetes em CSI – você pode enfatizar isso", diz Roush. "Aqueles episódios foram demais."
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